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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O misterioso assassinato de Elizabeth Short, a Dália Negra



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A pele clara, quase translúcida, olhos de um azul profundo, os cabelos castanhos e encaracolados. Vestida de preto e com uma Dália Negra presa aos cachos, ela passeava por Hollywood Boulevard de forma sedutora. Tão encatadoramente sedutora que foi capaz de atrair a própria morte. 

Essa foi uma das formas como Elizabeth Short foi descrita pelos jornais locais na época de sua morte. Uma aventureira que buscava a fama.

Muito se especulou a esse respeito, mas até hoje nenhuma teoria foi realmente confirmada. Elizabeth Short foi assassinada há 66 anos e sua morte continua um completo mistério.

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Elizabeth era a terceira de cinco filhas. Sua família perdeu tudo durante a Grande Depressão de 1929, o que levou o pai a desaparecer do mapa. Mais tarde ela descobriria que ele estava morando na Califónia e mudou-se para lá.

 Aos 19 anos foi presa por oferecer bebida alcoólica a um menor e foi graças a esse pequeno delito que, alguns anos depois, seu corpo pôde ser identificado através da sua digital registrada na polícia.

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Não se sabe muito sobre a vida amorosa de Elizabeth, mas existe um curioso relato de que ela teria se apaixonado por um oficial das Forças Armadas. Os dois estavam em um relacionamento à distância, mas tinham planos de casar assim que ele retornasse de uma missão na Índia. Infelizmente, o casamento nunca pode acontecer. O Major Matthew M. Gordon Jr. morreu em um fatídico acidente de avião pouco antes de retornar.

Sem muita sorte no amor, ela decidiu investir na carreira de atriz. Mas, entre seu sonho de ser famosa e a morte, foi traçado um caminho bem curto. Elizabeth chegou a Hollywood com apenas 22 anos e estava determinada a atuar. Porém, sem nenhum grande talento, acabou apenas fazendo pequenos testes e filmes de baixa qualidade.

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Em 15 de janeiro de 1947 o sonho da jovem aspirante a atriz foi literalmente despedaçado. Na manhã desse dia, uma mulher que passeava com a filha de 3 anos encontrou um corpo esquartejado em um terreno baldio em Parque Leimert, distrito de Los Angeles. Era Elizabeth Short, que nos meses seguintes passaria a ser conhecida como Dália Negra.

O apelido Dália Negra foi dado por alguns repórteres que cobriram o assassinato na época. Era uma alusão ao filme noir The Blue Dahlia (1946) de George Marshall. A mídia teve um papel muito peculiar na investigação: muitos repórteres chegaram ao local do crime antes da polícia e as fotos do corpo encontrado estamparam as principais manchetes durante semanas. Gerry Ramlow, um repórter do Los Angeles Daily News, declarou mais tarde que “Se o crime nunca foi resolvido, foi em parte por culpa da imprensa. Os repórteres botaram tudo a perder, atropelando evidências e ocultando informações”.



Em janeiro de 1947, um homem ligou para o jornal Los Angeles Examiner se intitulando como o “Vingador de Dália”, ou seja, o assassino. Ele chegou a enviar coisas de Short para o jornal e a escrever cartas com letras recortadas de revistas, mas no final não existia nenhuma prova contundente que levasse a um desfecho.

O grande sensacionalismo com que o caso foi tratado pela mídia atrapalhou de fato o rumo das investigações, já que a polícia recebia inúmeras denúncias falsas. Mais de 50 homens e mulheres teriam confessado a autoria do crime. Nesse meio tempo, muitas especulações foram levantadas, principalmente sobre o estilo de vida da jovem. Tanto a polícia quanto os jornais queriam encontrar uma motivação e um culpado. Mas amigos e familiares sempre trataram de mostrar que Elizabeth Short era uma boa moça e que não tinha nada que pudesse denegrir sua imagem.

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O caso Dália Negra teve vários suspeitos, mas nenhum deles foi preso ou formalmente acusado. Toda a especulação e o espalhafato da imprensa serviram apenas para criar um mito e um mistério sem solução.

A história inspirou o romance The Black Dahlia de James Ellroy e, posteriormente, o filme homônimo de Brian de Palma. O caso Dália Negra também foi citado no 9º episódio da 1ª temporada de American Horror Story (Spooky Little Girl), com Mena Suvari no papel de Elizabeth Short.