No dia 2 de outubro de 1992, 111 presos foram covardemente assassinados na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. Sob o comando do Coronel Ubiratan Guimarães, a Tropa de Choque da Polícia Militar paulista invadiu o presídio e rapidamente encerrou a rebelião que lá vigorava. Todavia, a brutalidade exercida pela polícia desvirtuou a pacificação e o evento ficou mundialmente conhecido como o Massacre do Carandiru.
O massacre ocorreu no Pavilhão 9, onde costumavam ficar os presos mais novos, inexperientes e que aguardavam julgamento. Dizia-se que era o pavilhão onde se tinha mais chances de rebeliões irromperem, visto que grande parcela dos seus ocupantes eram jovens, violentos e indisciplinados. Ainda hoje não se sabe ao certo o que teria causado a rebelião no pavilhão. Acredita-se que uma briga banal durante uma partida de futebol tenha sido o estopim.
O Coronel Ubiratan foi inicialmente condenado a 623 anos em 2001, mas conseguiu a absolvição em seu julgamento recursal em 2006. Porém, em 9 de setembro do mesmo ano, o ex-Coronel da Polícia Militar foi assassinado em seu apartamento. Sua então namorada, a advogada Carla Cepolina, foi acusada do homicídio, mas inocentada por falta de provas.
O ocorrido dentro dos corredores e celas do Carandiru gerou acalorados debates nos mais diversos setores da população brasileira, onde alguns se solidarizaram com a família dos mortos, ao passo que outros defenderam a armada policial e o Coronel Ubiratan, o qual se tornou político com o intrigante número “111”.
Em 2002, o completo penitenciário do Carandiru foi demolido.