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quinta-feira, 20 de julho de 2017

Como era a flora brasileira na época dos dinossauros?


Difícil saber exatamente, porque, é claro, o Brasil não existia. E nem estamos falando do Brasil como nação, criado depois de Cabral, dom Pedro etc. Mas do próprio território do país. É que todos os continentes atuais estavam unidos em uma única massa gigante de terra, a Pangeia. Nesse megacontinente, o Brasil ficava mais ao sul do planeta. Os dinossauros habitaram a Terra na era Mezosoica, que é dividida em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo. São 185 milhões de anos de evolução. Tempo demais (para comparar, os ancestrais do homem surgiram há cerca de 3 milhões de anos). Então, muita coisa mudou ao longo dessa era.
SAUNA TERRESTRE
A temperatura média era 3 ºC mais alta, o que é muito. Em todo o planeta, inclusive na área que correspondia ao Brasil, havia períodos de grandes cheias, alternados com secas, como nas savanas tropicais.
CADÊ O RIO QUE ESTAVA AQUI?
As estações do ano eram mais ou menos como no Brasil tropical de hoje: um grande verão chuvoso e um inverno seco. No verão, havia tanta água que se formavam rios temporários, que cortavam a Pangeia – na seca, eles evaporavam ou formavam áreas alagadas
PARQUES JURÁSSICOS
O período Jurássico foi o auge da vida dos dinossauros. Calcula-se que 80% deles viviam em regiões costeiras, fugindo das intensas secas do inverno. No período seguinte, o Cretáceo, a Pangeia se dividiu em dois continentes, Laurásia e Gondwana. Com isso, surgiram mais ambientes costeiros, os hábitats se diversificaram e as plantas com flores apareceram.
PAÍS DAS SAMAMBAIAS
Na transição do Jurássico para o Cretáceo (Juro-Cretáceo), a paleoflora da área correspondente ao sul do Brasil era semelhante ao atual Cerrado. A planta típica era o Dicroidium, grupo de gimnospermas primitivo, cuja folhagem se parecia com a da samambaia. O Sul é a região mais conhecida, porque era a mais habitada por dinossauros (no mundo, os principais registros foram encontrados nos EUA e na Argentina)
CAMPOS DE VÁRZEA
As plantas eram adaptadas para intensos períodos secos, com fecundação independente da água. Além disso, não havia grama (ela só surgiu no início da Era Cenozoica, há cerca de 65 milhões de anos). No Jurássico, surgiram os pinheiros de grande porte. Essa vegetação se estendia do Sul ao Nordeste, incluindo o Centro-Oeste. No Cretáceo, as regiões viveram um aumento de população animal, com abundância de aves e répteis. Fósseis foram encontrados em Minas Gerais, Ceará e Maranhão.
COMILANÇA
Os dinossauros herbívoros saurópodos (quadrúpedes pescoçudos e tricerátopos) se alimentavam principalmente de samambaias e cavalinhas, nas áreas mais úmidas. Na áreas secas, longe do litoral, comiam qualquer gimnosperma. Encaravam folhas, galhos e até cascas de árvores, que, embora pouco digestivas, eram tomadas por fungos e bactérias, que tornavam o alimento mais nutritivo.

NOVIDADES COLORIDAS
As plantas eram quase todas gimnospermas, ou seja, sem flores e frutos. O mais próximo de frutas que existiam eram os pinhos das coníferas, que serviam de comida a alguns dinos. No Cretáceo, as angiospermas se proliferaram, com frutas pouco carnosas e flores muitas vezes microscópicas. Ao fim do período, quando os dinossauros foram extintos, a Terra estava cheia de novas cores e perfumes.
UMA ÚLTIMA CURIOSIDADE A hipótese mais aceita pelos pesquisadores é a de que as primeiras flores nasceram em ambiente aquático: nenúfares e ninfeáceas são as mais antigas.

Fontes Levantamento de 2012 do Global Property Wakefield, The Guardian, BBC e Folha de S.Paulo