O artista em um auto-retrato estilo mangá junto de suas criações... |
Nascido em 3 de novembro de 1928 em Toyonaka, Japão, Osamu Tezuka foi o mangaká (desenhista de mangá) que revolucionou o estilo de fazer histórias em quadrinhos no oriente. Sua técnica foi um divisor de águas no modo de produzir mangás, aplicando novas características ao estilo como olhos grandes, anatomias estilizadas no formato cartoon, e a influência da linguagem cinematográfica das produções ocidentais.
Com o sucesso de Kimba, em 1952 surgiu a oportunidade de produzir uma nova obra chamada de “Tetsuwan Atom” (conhecida no ocidente como Astro Boy). Sendo o seu trabalho mais famoso, este mangá foi o pioneiro do que no futuro seria uma febre mundial, sendo adaptado para a versão animada e se tornando a primeira animação japonesa produzida (os chamados animes).
Dez anos depois e já consagrado no Japão, Tezuka decide criar o seu próprio estúdio de animação inspirado nos moldes americanos. Grande fã de Walt Disney, em 1961 funda a Tezuka Osamu Production, posteriormente chamado Mushi Production. Começou então a exportar suas produções para o resto do mundo, e rapidamente difundiu para o ocidente todo o conceito atual no que diz respeito à Mangás e Animes.
No ano de 1984, fez a sua primeira visita ao Brasil sob convite da ABRADEMI (Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações), no Museu de Arte em São Paulo. Ele avaliou vários trabalhos e deu várias dicas para os jovens que pretendiam seguir carreira no ramo de ilustração e quadrinhos. No mesmo ano, Tezuka também visitou a MSP (Mauricio de Sousa Produções) onde junto com o cartunista e criador da Turma da Mônica fora combinado um projeto onde haveria uma junção de seus personagens em um gibi. Este projeto acabou sendo engavetado após a morte de Tezuka em 1989 e só publicado no ano de 2012.
A obra de Tezuka é vasta, somando todos os trabalhos que foram publicados no Japão chegam a 400 volumes e mais de 80.000 páginas desenhadas. Grande parte dessas obras nunca foram traduzidas da sua língua original e continuam inacessíveis aos leitores do ocidente.
Metropolis, 2001 |
Um deus mortal de obras imortais
Diagnosticado com câncer no estômago por conta de sua péssima alimentação e cargas excessivas de trabalho, Osamu Tezuka morre aos 60 anos em 9 de fevereiro de 1989, deixando não só um legado de histórias em quadrinhos revolucionárias, mas também, grandes de lições de humanidade expressadas em seus trabalhos.