A tonalidade mais chamativa na roupa da doce Chapeuzinho combina com uma história cheia de violência, canibalismo e insinuações sensuais
1. ERA UMA VEZ…
A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. “A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração”, diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra...
2. COMIDA DE VÓ
Numa versão francesa da história, após interrogar Chapeuzinho na floresta e pegar um atalho para a casa da vovó, o lobo mata e esquarteja a velhinha sem dó.A coisa piora quando o vilão, já fingindo ser a vovó, oferece a carne e o sangue da vítima, como se fosse vinho, para matar a fome da netinha – que come e bebe com gosto!
3. TIRA, TIRA…
Após encher o bucho e praticar canibalismo sem saber, Chapeuzinho ainda tira a roupa e joga no fogo,a pedido do lobão! O clima, porém, não é nada infantil, com a garota perguntando o que fazer com a roupa a cada peça tirada. O lobo só tinha uma resposta: “Jogue no fogo, minha criança. Você não vai mais precisar disso…”
4. SEDUÇÃO INFANTIL
Ao se deitar ao lado do lobo, já totalmente nua, Chapeuzinho começa a reparar no físico do vilão, como se desconfiasse de algo. Admirada,a menina começa a exclamar: “como você é peluda, vovó”, “que ombros largos você tem” e “que bocão você tem”, entre outros elogios à anatomia do bichão…
5. FINAL FELIZ
Ao fim da versão francesa, Chapeuzinho, sentindo-se ameaçada, pede para sair e fazer suas necessidades fora da casa. O lobo, nojentão, insiste para que ela faça xixi na cama mesmo mas acaba deixando a menina sair. Esperta, Chapeuzinho aproveita o vacilo do vilão e escapa.
6. FINAL SANGRENTO ALTERNATIVO
O francês Charles Perrault foi o primeiro a pôr muitos contos de fadas no papel, no século 17. Ele tornou o final da história mais sangrento – com o lobo jantando a mocinha – e introduziu a famosa moral da história, dizendo que “crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo”
No século 19, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, famosos compiladores de contos que até então só eram transmitidos oralmente, inventaram a figura do caçador. No fim da história, ele aparece e salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, abrindo a barriga do lobo com um tesourão.