A Amazônia recebeu o título de “pulmão do mundo” injustamente. Somadas, as espécies de algas marinhas e de água doce produzem 55% do oxigênio do planeta. É claro que as florestas dão uma grande ajuda, mas boa parte do gás é consumida por lá mesmo, na respiração e na decomposição de animais e plantas. Já as algas, para nossa sorte, fabricam muito mais oxigênio do que precisam. “O excesso de gás liberado na água passa para a atmosfera e fica disponível para os outros seres vivos”, afirma a bióloga Mutue Toyota Fujii, do Instituto de Botânica de São Paulo. As algas ainda levam a vantagem de ocupar uma área bem maior que as árvores. “Afinal, 70% do planeta é coberto de água e todos os oceanos são habitados por algas microscópicas produtoras de oxigênio”, diz outra bióloga, Estela Maria Plastino, da Universidade de São Paulo (USP).
A verdade é que o ser humano tem uma dívida grande com esses vegetais aquáticos. “As espécies mais simples, as algas azuis, lançaram oxigênio na atmosfera primitiva da Terra há 3,5 bilhões de anos. Se isso não tivesse acontecido, plantas e animais nunca teriam surgido”, afirma Estela.
Fábricas de ar
Só as algas marinhas produzem mais da metade do gás vital
Só as algas marinhas produzem mais da metade do gás vital
Origem – Bosques e florestas
% Produzida – 24,9%
Origem – Estepes, campos e pastos
% Produzida – 9,1%
Origem – Áreas cultivadas
% Produzida – 8,0%
Origem – Regiões desérticas
% Produzida – 3,0%
Origem – Árvores (total)
% Produzida – 45%
Origem – Algas marinhas
% Produzida – 54,7%
Origem – Algas de água doce
% Produzida – 0,3%
Origem – Algas (total)
% Produzida – 55%
Fonte: Ecologia, de Ramón Margalef