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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Os 10 lugares mais inabitáveis da face da Terra

Humanos são fortes e adaptáveis. Ainda assim, existem lugares que ninguém deveria ousar morar ou sequer visitar. Aqui estão os 10 lugares mais inabitáveis da Terra.


Deserto de Danakil – Etiópia



No nordeste da Etiópia, reside o Deserto de Danakil com uma extensão de mais de 100 mil km² e lar dos afares, um povo que suporta temperaturas de 60ºC através da vastidão de areia, sal e atividades vulcânicas. Apesar de parecer loucura desafiar condições como essa, a principal atividade comercial dos afares é a mineração, transporte e comércio de sal, recurso escarço na região, além de guia pra qualquer viajante que deseja conhecer ou atravessar o Deserto de Danakil. Eles são territorialistas, inclusive, tendo atacado uma caravana em 2012, matando cinco pessoas, machucando sete e sequestrando quatro.

Vale da Morte – Rússia



Pode parecer nome de masmorra de algum RPG, mas esse lugar é real. A Península de Kamchatka só tinha acesso permitido apenas pra cientistas e pesquisadores devido aos inúmeros riscos que abriga, como o vulcão Kronotsky, o Vale dos Gêiseres e o Vale da Morte, liberado pra visitação apenas em 2011. O famigerado Vale da Morte é pequeno, perto das outras atrações naturais da Península de Kamchatka, mas chama a atenção pelos gases tóxicos liberados pelo chão e pela quantidade de animais mortos que já ousaram desafiar seus arredores. 

Graças às atividades vulcânicas da região, gases como sulfureto de hidrogênio, dióxido de carbono, sulfureto de carbono e até mesmo cianeto impregnam os dias mais calmos no Vale da Morte. Os animais mortos pela intoxicação são encontrados em estado surpreendentemente preservado, porque nem as bactérias aguentam viver ali. Só mesmo os russos pra visitarem um lugar desses.

Monte Sinabung – Indonésia


Na ilha da Sumatra, Indonésia, um gigante adormecido despertou e não pareceu nada contente. O Monte Sinabung tirou um cochilo de quase 400 anos até voltar à atividade em 2010 e levou apenas mais 3 anos pra entrar em erupção de novo em 2013 e agora aterroriza a população local. As 10 mil pessoas na região já tiveram que evacuar suas casas sem previsão de retorno e, quando são autorizadas a voltar, são obrigadas a limpar toda a poluição liberada pelo Sinabung, pra então receber outra saudação do gigante dias ou até mesmo horas depois. Pessoas e animais já morreram por intoxicação, o que trouxe uma crise econômica severa e um estado de alerta e medo inédito na Indonésia.

Ilha da Queimada Grande, ou a Ilha das Cobras – Brasil



Até tentaram botar a Ilha da Queimada Grande no roteiro turístico brasileiro, mas além do apelido local não colaborar – Ilha das Cobras – a região foi considerada inabitável até pelos indígenas muito antes dos portugueses chegarem. Isolada do continente pela água há 11 mil anos, a ilha se tornou uma infestação das cobras extremamente venenosas conhecidas como jararaca-ilhoa – uma a cada metro quadrado, pra ser mais exato. Isso mesmo, a cada passo, você dá de cara com mais uma das cobras mais perigosas da Terra. Caso você ainda não esteja convencido, elas são as maiores responsáveis por morte por mordida de cobra na América do Sul e Central. Um farol foi instalado na ilha na década de 20, mas a família que morava nele foi encontrada morta e o farol foi automatizado. Desde então, apenas contrabandistas e o Discovery Channel ousam botar o pé lá, não sem fatalidades.

Gouffre Berger – França



Já faz milênios que o ser humano abandonou as cavernas e foi por um bom motivo. Um dos exemplos do quão ruim é morar numa caverna é Gouffre Berger, que já foi considerada a caverna mais profunda do mundo com seus mil metros verticais. Boa parte da caverna é acessível apenas por escalada e cordas, sendo que um resgate por ano é realizado e seis pessoas morreram lá dentro na última década, cinco por afogamento em época de chuvas.

Caverna dos Cristais – México




Outra localidade bela e letal é a Caverna dos Cristais no México, que passa a maior parte do ano cheia d’água, mas pode ser visitada de vez em quando e é o lar de incontáveis cristais de selenita, alguns do tamanho de caminhões e pesando 55 toneladas. Apesar do risco de afogamento ou de um corte severo de um dos minerais, a verdadeira ameaça da Caverna dos Cristais é outra: a temperatura média lá dentro é de 10 à 20ºC graças às atividades vulcânicas no subsolo. Os vapores das profundezas podem chegar a 60ºC com 90 à 99% de umidade, o que significa morte certa pra qualquer mineiro ou explorador. Humanos só podem ficar na Caverna dos Cristais por 10 minutos sem equipamento apropriado e até 30 com equipamento. Não é raro que os escavadores encontrem aspirantes a ladrões mortos tentando invadir a caverna e roubar um punhado de cristais, o que ao menos significa que as autoridades não precisavam investir em segurança.

Área de Testes de Nevada – EUA



Quem diria que a região mais inabitável dos Estados Unidos fica a apenas 100 quilômetros de Las Vegas? Ao longo de quatro décadas, a região foi o laboratório de mais de 900 detonações nucleares entre explosões atmosféricas a detonações subterrâneas. Mais de 2 bilhões de dólares já foram pagos em indenização pras vítimas dos efeitos da radiação aos arredores e 1.6 trilhões de galões d’água continuarão contagiados pelas próximas décadas.

Wittenoom – Austrália



Ao lado do petróleo, asbestos valiam ouro na época da Revolução Industrial. O mineral resistente a fogo era muito usado nos tijolos das fábricas e dos prédios residenciais e uma mina em Wittenoom era a principal fonte de renda da cidade australiana entre as décadas de 30 e 60. Isso era algo bom pra população local, até descobrirem a ligação entre asbestos e mesotelioma e outras doenças, o que deu início à evacuação em 1978, deixando pra trás 3 milhões de toneladas de asbestos e o que é considerada a cidade mais tóxica da Austrália. Mesmo depois das autoridades literalmente tirarem a cidade do mapa, Wittenoom tem atualmente 3 residentes, que afirmam gostar da isolação, apesar do risco de contaminação respiratória.

Dzerjinsk – Rússia



Apenas 400 quilômetros separam Moscou de Dzerjinsk, uma cidade com 240 mil habitantes e lar de muitas usinas químicas, laboratórios de armas químicas e esgotos tóxicos. Atualmente, a expectativa de vida lá é de 40 anos e a taxa de mortalidade é mais que o dobro da taxa de natalidade. Ao menos Dzerjinsk está no Guinness como a cidade com mais poluição química no mundo. Por que ainda tem gente morando nisso? Engenheiros e químicos são muito bem pagos lá, sem falar que você já pode se considerar um senhor de idade aos 35 anos e gritar com os adolescentes o quanto quiser. Se você for do tipo de ficar em casa, melhor ainda, ninguém aguenta o eterno cheiro de gasolina das ruas mesmo.


Ozyorsk – Rússia



Sim, Rússia pela terceira vez. Sabe os acidentes nucleares em Chernobyl e Fukushima? Foram tranquilos perto do Desastre de Kyshtym, em 1957, que aconteceu numa usina de plutônio em Ozyorsk e liberou 20 milhões de curies de material radioativo, sendo que 2 milhões se espalharam pelo ar e contagiaram uma área de 23 mil km³, o que obrigou a União Soviética – e provavelmente a CIA – a investirem todos os seus esforços pra conter a catástrofe e silenciar a mídia. A água de Ozyorsk ficou tão contaminada que um copo significaria morte dentro de uma hora. Como se não bastasse, a diminuição do nível da água e uma ventania em 1967 sopraram sujeira tóxica por mais 25 mil quilômetros, expondo mais 500 mil civis à radiação. Aparentemente, as autoridades locais simplesmente não se importam com a situação, pois o lixo nuclear continua a ser despejado na água, o que inclui 3 milhões de metros cúbicos de lixo radioativo em 2001. Felizmente, você não pode visitar Ozyorsk, mas um documentário chamado City 40 está na Netflix, caso você queira descobrir mais da cidade fantasma mais tóxica do planeta.