George Stinney foi a pessoa mais jovem até hoje a ser condenada à pena de morte nos Estados Unidos, tudo isso aconteceu na Carolina do Sul em 1944 quando ele tinha apenas 14 anos de idade. Vamos conhecer mais sobre esta triste história?
George Junius Stinney Jr. nasceu em 21 de outubro de 1929 em Alcolu, na Carolina do Norte onde morava com seu pai Feorge Stinney, sua mãe Aime e seus irmãos John, Charles, Katherine e Aime. Seu pai trabalhava em uma serraria para garantir o sustento da família que morava em uma casa fornecida por seu patrão. A cidade de Alcolu era conhecida por ser uma pequena cidade de trabalho onde na área residencial a comunidade negra era obrigada a viver separada da comunidade branca devido as Leis de Jim Crow. Isto era algo típico de várias cidades do sul dos Estados Unidos onde haviam escolas, igrejas, hotéis e diversos locais que eram divididos por força da lei.
Foi em 23 de março de 1944 que duas meninas chamadas Betty June Binnicker (11 anos) e Maria Emma Thames (8 anos) estavam andando pela cidade de bicicleta enquanto procuravam flores. Foi neste momento que elas passaram pela casa da família de Stinney onde perguntaram ao jovem e sua irmã Katherine se eles sabiam onde encontrar as flores-da-paixão. Depois disto, as duas meninas não foram mais vistas, o que movimentou um grande grupo de busca com mais de 100 voluntários que, no final, encontraram as duas crianças na manhã seguinte em uma vala com água e lama. Elas foram mortas através de graves pancadas na cabeça.
Imediatamente Stinney foi preso e levado a interrogatório que foi realizado por inúmeros oficiais em uma sala trancada sem testemunhas. Após uma hora, Stinney teria confessado o crime dizendo que teria tentado abusar sexualmente de Betty enquanto ela buscada por flores e após perder a paciência quando a amiga menor tentou salva-la, Stinney teria batido em ambas com uma barra de ferro e as jogado em um buraco de lama. Segundo os policiais, o jovem teria matado as duas ao mesmo tempo ao rachar seus crânios. Já no dia seguinte foram feitas acusações de assassinato em primeiro grau contra o jovem, devido a acusação seu pai foi demitido e obrigado a se mudar para evitar represálias.
Mais tarde, descobriu-se que a arma do crime – a dita barra de metal – teria mais de 9,7 kg enquanto Stinney seria um garotinho que pesava apenas 40 quilos e que seria incapaz de ter força suficiente para erguer a barra e assassinar as duas meninas ao mesmo tempo. Fora o fato dos policiais que teriam feito o interrogatório estarem apresentando informações conflitantes sem quaisquer evidências que corroborasse as histórias ditas.
O caso foi levado a julgamento no dia 24 de abril no tribunal do condado de Clarendon que começou às 12h30 e foi terminado às 17h30. O júri, composto apenas por homens brancos, precisou apenas de 10 minutos para julgar o jovem negro Stinney como culpado. O veredito? Morte na cadeira elétrica. O advogado de Stinney chamado Charles Plowden que foi apontado pelo estado não apresentou nenhum contra-argumento, não convocou testemunhas e muito menos recorreu a sentença em uma época onde pessoas com mais de 14 anos eram (e são até hoje) tratadas como adultas perante a lei.
A execução de George Stinney, o pequeno jovem negro de apenas 14 anos, ocorreu em 16 de junho de 1944. Ele foi levado ao complexo correcional de Colúmbia na Carolina do Sul onde às 19h30, caminhou até a cadeira elétrica com a Bíblia embaixo de seu braço. Como o equipamento não havia sido feito para ser usado em uma criança, ao ser atingido pela primeira onda de eletricidade de 2.400 volts a máscara usada na execução da criança caiu e expôs seu rosto sendo queimado. Foram necessários 4 minutos e três descargas elétricas para que o pequeno fosse considerado morto oficialmente.
Em 17 de dezembro de 2014, 70 anos após sua execução, a Justiça dos Estados Unidos por meio da juíza Carmen Mullen realizou a anulação da condenação de George Stinney porque “o Tribunal da Carolina do Sul falhou em garantir um julgamento justo em 1944”. Isso judicialmente torna Stinney apenas um suspeito devido a falta de um novo julgamento para provar ou não sua culpa. Já parou para pensar o quão cruel foi a justiça neste caso? Tirando a vida de uma pobre criança que tinha muito o que ver ainda por um crime que não haviam nem provas de que havia cometido? Triste, muito triste.