10 filmes do cinema japonês que você precisa assistir
13:05Recentemente eu tenho tido muito contato com o cinema japonês e tenho ficado cada vez mais fascinado. Eu vi tanta coisa literalmente incrível que eu simplesmente não poderia deixar de vir aqui e fazer estas indicações. Tem uma coisa bem diferente no cinema deles, seja no tempo ou na captura das imagens, que surpreende de todas as maneiras. Entre filmes mais experimentais e outros mais íntimos, dez filmes do cinema japonês que você precisa conhecer:
Blue Film Woman (1968)
O funeral das Rosas (1969)
Outro ponto do alto do filme é a sua montagem. Ora brinca com uma narrativa não linear, ora joga-nos elementos cartunescos, como na cena em aproveita a cena de uma discussão para reproduzir páginas de um mangá. Para além disso, a direção de fotografia é certeira em apostar em ângulos misteriosos, luzes baixas e uma câmera que anda com os personagens. Uma das principais obras da Nouvelle Vague japonesa, corajoso ao tocar em temas considerados tabus para época é uma história que merece ser vista.
Rashômon (1950)
Sonhos (1990)
Último filme do grande mestre Akira Kurosawa, Sonhos é uma ode a imagem. Mergulhado no inconsciente poético da fantasia, Akira explora a beleza da cores num devaneio surrealista e extremamente verdadeiro, já que todos os capítulos são baseados em sonhos que Akira teve durante a sua vida. Fascinante e diferente de tudo que Akira tenha feito antes, Sonhos é de uma delicadeza tocante.
A rotina terá seu encanto (1962)
Através da lente delicada e da perspectiva detalhista de Ozu, acompanhamos um grupo de personagens presos em uma rotina, do jeito que a vida costuma ser. Isso não necessariamente é ruim para todos, pois existem aqueles que se sente conformados, os que se sentem confortáveis e os que se sentem injuriados. Última obra do grande mestre do cinema japonês, a Rotina Terá Seu Encanto é uma célebre despedida, um fascinante passeio pelo cotidiano, um grande aprimoramento da vida.
Ran (1985)
Em sua obra prima, Akira Kurosawa eleve a sua marca cinematográfica, o movimento. Neste drama de guerra, a ideia de movimento é uma constante. Nada parece realmente parada, mesmo quando a câmera está estática, colando-se nesta condição. O filme que toca em temas como loucura e escolhas tornou-se a obra favorita dos fãs de Kurosawa.
Uma página de loucura (1926)
Dirigido por um Kaneto Shindô ainda em começo de carreira, Uma Página de Loucura é uma experiência que flerta com o horror, com o drama e o surrealismo mesclado ao expressionismo. Apostando numa narrativa quebrada, no cinema mudo e num experimentalismo de imagens, Shindô nos conta sobre a perda da sanidade e o sabor da loucura.
Os Sete Samurais (1954)
Num Japão feudal, um humilde vilarejo é alvo de constantes ataques. Após a chegada de Kambi (Takashi Shimura), um guerreiro errante, ele e outros seis se uniram pra defender a honra deste lugar desprotegido. O filme que inspirou grande parte dos filmes de faroeste hollywodiano, é uma crítica à casta feudal japonesa. A influência de Sete Samurais no cinema norte americano da segunda metade do século XX é imensurável. Experimentar desta obra é também experimentar de um Kurosawa em seu apogeu enquanto diretor.
Onibaba (1964)
Dirigido por Kaneto Shindô, Onibaba é um filme sobre solidão, culpa, velhice, vergonha e medo. Temas recorrentes na obra de Shindô, aqui apoiados ao tema folklorico, já que o filme é inspirado pela lenda budista yome-odoshi-no-men. Apesar de ser "erroneamente" categorizado como uma obra de terror, Onibaba é na verdade, mais uma, denúncia japonesa da vida num ambiente de guerra. Shindô toca em assuntos sociais como a segregação, a pobreza da vida em vilarejos e a figura da mulher numa sociedade extremamente afetada.
A direção de fotografia acerta criando um ambiente que é iluminado apenas pela luz natural, evocando uma atmosfera mórbida durante a noite e lívida durante o dia. Além disso os cenários são poucos e claustrofóbicos, quase que insinuando a realidade daqueles três personagens.
A Rua da Vergonha (1956)
Em sua obra mais célebre, e também a última de sua carreira, Kenji Mizoguchi (diretor que eu prometo trazer mais sobre em breve), nos apresenta a trajetória e história de cinco prostitutas - tema este muito recorrente em sua filmografia - que se encontram aos arredores do famoso bordel "Terra dos Sonhos" em Tóquio. Essas personagens vão atravessar caminhos tortuosos, fadadas a tragédias causadas pelos homens que as rodeiam, resultando numa tragédia feminina. Um importante filme para entender o retrato da objetificação feminina na sociedade nipônica.
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