a perca da individualidade, a fragmentação da personalidade e a identidade em Perfect Blue

18:12

Perfect Blue, lançado em 1997 é mais uma das obras de alto escalão do diretor japonês Satochi Kon. Muita gente acha que Perfect Blue é um filme confuso, mas na verdade ele é um filme que nos faz ficar confusos.


Em um breve resumo, o longa acompanha Mima, uma idol membro um girlband em ascensão, tentando dar um novo passo em sua carreira, abandonando o grupo em seu auge para tentar se tornar uma atriz. Mima aparenta gostar do que faz, porém a partir de decisões do gerente da agência da qual faz parte ela é encaminhada para o setor da atuação, onde seu rendimento seria mais lucrativo e a sua carreira ganharia um status menos efêmero. O problema, é que esta repentina mudança, que nem partiu de Mima, causa revolta na maioria dos seus fãs e um deles em específico começa a persegui-la e enviar mensagens ameaçadoras, que a princípio ela decide ignorar, mas quando este passa a ser o principal suspeito de uma série de assassinatos envolvendo pessoas próximas a ela, que contribuíram pra sua mudança artística, a personagem percebe-se cada vez mais atrelada a uma conspiração que tem como finalidade máxima mostrar-lhe o seu verdadeiro Eu. 

O que significa ser uma idol?

Num primeiro momento, Mima consegue conciliar sua vida pessoal à sua carreira de maneira eficiente. Pode-se dizer que a sua relação com a fama e o olhar alheio é até um pouco saudável, visto que em geral os idolos japoneses, em especial as mulheres mudam drasticamente a sua vida pessoal em prol de agradar um público que as idealiza de uma maneira puritana. 

Momoe Yamaguchi, à esquerda e Mariya Tekeuchi à direita 

Se voltarmos nosso olhar pra exemplos reais de idols japonesas, das décadas anteriores, poderemos perceber com mais clareza essa idealização. O exemplo mais ilustrativo sem sombra de dúvidas é a carreira de Momoe Yamaguchi. Considerada a primeira idol, surgindo em meados dos anos 60, Yamaguchi nos palcos era uma interprete brilhante, mas em sua vida pessoal performava o papel de "girl next door", sempre tão ingênua, gentil e pura. Depois de 10 anos de carreira, em 1979 Yamaguchi, com apenas 30 anos, abandonou sua carreira para se casar, com um também idol, e se tornar mãe e dona do lar. Esse gesto foi visto como virtuoso e cheio de valor. Na época de Yamaguchi, as agências de idols ainda não existiam, e por isso é corretor afirmar que ela foi um esboço pro quê viria a ser a indústria pop japonesa que veríamos nos anos 80. Yamaguchi não era dona de sua própria carreira, não compunha suas canções, não as produzia e muito menos decidia o que ia ou que não ia cantar. Ela era uma marionete nas mãos da sua gravadora.

Em contraste, havia Mariya Tekeuchi (sim a dona do hit Plastic Love), que por sua vez era compositora e produtora de toda a sua discografia, mas esta nunca foi considerada uma idol, pela massa e pela mídia. Seu controle criativo e seu comportamento desconcertado, não considerado o mais correto para uma estrela do mercado fonográfico japonês. A comprovação disso se deu quando em 1985, cinco anos depois de casada, ela inesperadamente retomou a carreira para um dos seus momentos mais brilhantes. Como resultado, Takeuchi era constantemente boicotada pelos veículos de comunicação. Apesar do imensurável sucesso nas rádios, quase não era chamada pra performar nos programas de TV ou raramente via-se estampando uma capa de revista. Portanto, quando as primeiras agências de idols começaram a surgir, por volta de 1978, não havia interesse por parte das gravadoras em artistas que pudessem produzir ou compor, já que estas não seriam facilmente manipuladas. Então ao invés de serem lidas como idols, essas artistas mais autênticas eram chamadas pra compor ou produzir os hits das artistas por eles fabricadas. A própria Takeuchi foi uma ávida criadora de hits pra nomes como: Seiko Matsuda, Akina Nakamori e Yukiko Okada. 

Da esquerda para a direita, Seiko Matsuda, Yukiko Okada e Akina Nakamori

Por falar em Okada, vale lembrar o seu trágico fim, aos 18 anos (pretendo fazer um post aqui apenas falando só sobre isso), que não suportando a pressão de ter sua vida exposta de maneira tão insensível cometeu um suicídio na manhã de 8 de abril de 1986. Pode parecer um caso um isolado, mas mesmo Nakamori, que embora, mesmo com aquele semblante tristonho parecia ter uma vida Idol Perfeita, em 1989 tentou acabar consigo mesma, depois de um longo processo de recuperação da anorexia causada por críticas dos fãs e da mídia em detrimento de seu corpo não tão magro. O incidente gerou antipatia e profunda rejeição pela princesa do J-pop, que só iria conseguir recuperar o status anos mais tarde.

Ser uma idol é seguir um padrão de vida, comportamento, corpo e pensamento totalmente regrado e extremamente controlado pelas pessoas que estão atrás da sua carreira. Mas este padrão não é o mesmo usado pelas divas pop ocidentais, que vendem seu corpo como atrativo máximo na sua carreira, pelo contrário, no ocidente vende-se a perfeição de uma imagem que precisa ser velada e assim mantida. É importante ter consciência disso pra que possamos entender melhor a obra de Satochi. Mima é um reflexo da imposição social que é direcionada desde sempre sobre a figura da mulher. Cujo o amadurecimento sexual é condenado em prol da espécie de uma imagem platônica que não possui nenhuma vontade considerada subversiva, ficando presa na dicotomia entre santa e puta. 


tudo é sobre um discrepante contraste.

Já no primeiro momento somos apresentados à atmosfera estranha de se ser uma Idol. Mima, e suas amigas, performando um número musical da maneira mais fofa e dócil que um ser humano poderia interpretar, vestidas em vestidos bufantes cheio de babado e laços, que pessoalmente me remetem à uma postura infantil, enquanto são observadas e aplaudidas por um montante de homens adultos que as fotografam de maneira quase desesperada. O que me remete ao papel da lolita e consequentemente da crescente romantização da pedofila promovida pela mídia. 

Se pararmos pra prestar atenção na letra da música, percebemos que a faixa fala sobre um estilo de vida casual. Em um determinado trecho podemos ouvir algo como: "não quero roupas de trabalho, quero me divertir a tarde toda...", mas em contraponto, temos ali três jovens vestidas como bonecas de porcelana, debaixo de um sol que parece incomodá-las, cumprindo uma agenda cansativa e servindo entretenimento aos que as assistem.  

Esta foi uma forma sutil que Satochi encontrou de nos mostrar a dualidade que a todo momento é debatida em Perfect blue, você só vai conseguir perceber ao se compenetrar na cena em questão. O mesmo, não pode ser dito na cena seguinte. Depois de assistirmos à apresentação da banda, somos bombardeados com várias cenas paralelas do cotidiano de Mima e da justaposição de imagens e cenas que compõe o mundo mundano ao glamour dos palcos. A sua vida no centro dos holofotes em contraste com seu dia a dia, na qual vai as compras ou pega um metrô como qualquer cidadão comum. E é neste momento que notamos o verdadeiro sentido de Perfect Blue.

Sim, Mima parece gostar do que faz, ela se sente acolhida entre suas amigas e feliz recebendo toda a atenção de seus fãs, mas quando Mima está sozinha, em seu íntimo, percebemos uma pessoa muito mais pacata e calma do que ela demonstra ser no palco. Diferentemente dos exageros visuais da sua persona enquanto popstar, todo o ambiente é transformado em alguma coisa aconchegantemente pessoal, desde a paleta de cores até detalhes minuciosos na organização de seu apartamento. Em seu lar, Mima parece viver outra vida, muito mais calma e você não diria que ela é uma popstar, contudo, este conforto e segurança são as primeiras coisas a serem quebradas.

a individualidade de uma popstar pertence a todos

Em meados dos anos 90 a internet estava ganhando força. Em seus primórdios o mundo virtual já se comportava como esta "terra sem lei", termo que hoje muitos costumam usar pra referir à ela. 

De um lado Britney Spears de outro Lady Di, ambas assediadas pelos paparazzi

Os artistas de um modo geral nunca conseguiram manter uma vida "privada", especialmente os artistas musicais. Suas vidas sempre foram motivo de especulações e fofocas, estampando capas de revistas, e talvez a pior consequência da fama, sendo objeto de interesse dos tão temidos paparazzi. Desde os anos 70, quando Lady Diana, tornou-se princesa, o hábito de perseguir as estrelas converteu-se em algo comum. Lady Di, que foi extremamente perseguida pelos paparazzi, teve cada detalhe de sua vida documentado, inclusive a sua morte, causada por uma perseguição de flashes e paparazzi. Talvez o exemplo mais cru desta realidade seja a própria Britney Spears, que em seu auge não conseguia dar dois passos sem ser fotografada. Eu ainda penso toda noite naquele vídeo em que sentada na calçada de seu bairro, chora pedindo um pouco paz aos paparazzi pra dar uma volta com seu cachorrinho. 

Contudo, a mídia não somente persegue as chamadas "pessoas públicas" por bel prazer, mas porque desejam saciar a fome do público sobre aqueles sujeitos. É o público, fãs ou haters, com toda a sua obsessão que motiva a o assédio da mídia. É o público que aflito por mais e mais desenvolve uma relação de poder com os artistas que podem chegar a extremos. É muito mais comum do que se imagina, que um fã se sentia prestigiado pelas conquistas de artista x, porque comprou e consumiu dele todos os materiais possíveis. Logo, é por causa dele, e de muitos outros, que aquele artista chegou onde chegou e por isso deve fazer o que ele quer, do contrário, contribuirá para sua queda. Esse pensamento resulta no que nos últimos anos temos chamados de "Stalkers", indivíduos que dedicam sua vida em prol de perseguir a vida de o outrem, geralmente pessoa da mídia. Esses stalkers costumam ser pessoas com alguma dificuldade de socialização e motivação de vida, que acabam enxergando naquela pessoa uma justificativa pra viver. Alguns stalkers podem extrapolar os limites do extremo. A cabo de exemplo temos casos como o de John Lennon, que foi morto a tiros pelo fã M. David Chapman, ou quando Ricardo López entendeu que jamais seria o homem perfeito para Björk e decidiu matá-la, e também suicidar-se, enviando uma bomba de ácido para a cantora, que conseguiu ser salva a tempo - ainda bem.


E este é um dos pontos mais interessantes de Perfect Blue. A quebra da individualidade. É no conforto de seu quarto, naquele cômodo aconchegante e cheio de acalento, que Mima descobre um blog de internet dedicado a ela, chamado: "O Quarto da Mima". Acontece é que, Me-Mania, a pessoa por de trás deste site se dedica em fazer postagens fingindo ser a própria Mima, descrevendo com detalhes o que ela faz no dia a dia, incluindo todos os momentos  em que gente acreditava serem totalmente pessoais e humanos da personagem.  Desde que somos apresentados pela primeira vez a Me-Mania, percebe-se que ele considera Mima uma propriedade sua. Quando a protagonista anuncia para a plateia que deixará o grupo, ela fica extremamente irritado. 

Para além disto, da segunda metade em diante, fica claro um conflito de interesses entre as pessoas direta e indiretamente relacionadas à carreira de Mima, principalmente Rumi, sua agente administrativa na carreira de ídolo pop; Tadokoro, também agente, mas na indústria cinematográfica; e Me-Mania. Todos disputam a posse da identidade Mima e tentam exercer seu poder e influência para controlá-la e explorá-la de alguma forma. Enquanto Rumi e Me-Mania desejam manter a fantasia de Mima como ídolo pop, Tadokoro está convicto de que investir na transição para uma atriz de cinema é a escolha certa.


o trágico anúncio para um processo de despersonalização 

A medida que Me-Mania começa a inventar fatos, especialmente a cerca da moral de Mima, naquele blog, a protagonista vai imergindo num mundo de incertezas. O que a gente acompanha daí pra frente é um processo sofrido de destruição da personagem. Uma destruição que é acompanhada de uma perspectiva muito clara, que não por acaso se confunde em vários momentos com a nossa: o público. 

Deste ponto em diante o filme se transforma numa paranoia constante, em que todos os momentos em que Mima se encontra sozinha, nunca estão isentos de algum foco de tensão, uma presença fantasma e um olhar opressivo, que é bem incorporado no personagem do stalker assustador Me-Mania, mas que na verdade é muito maior do que aquilo.

A pressão que a Mima sofre do fandom, o estresse dos problemas estruturais que ela enfrenta no novo trabalho como atriz, a nostalgia do sucesso como cantora pop e olhar obstinado e agoniante, fazem com que ela gradualmente desenvolva uma depressão silenciosa e mais tarde tornando-se incapaz de discernir o presente e o passado, a realidade dos sonhos e a paranoia do trabalho de atriz. 


a distorção da narrativa para uma mente distorcida  

A cena de estupro, que a protagonista precisa gravar para o dorama da qual está filmando, acaba funcionando como um dos gatilhos que prejudicam o seu discernimento e capacidade de desprendimento da ficção. Na cena ela é uma stripper, que durante uma apresentação é agredida por um grupo de homens, causando uma reviravolta dramática, tanto pra persona puritana da personagem, quanto pra imagem prévia de cantora pop. É neste momento que ela sofre uma de suas primeiras abstrações e mescla sonho e realidade. Obviamente o estupro não foi real, mas para Mima e sua vontade de seguir cantando, suas convicções e seus valores foram realmente violados. 

Desse modo, a partir deste episódio, ela fica suscetível a incorporar diversas personalidades em meio aos caos identitário. Tais aspectos narrativos são reforçados pela linguagem visual que a partir da constante presença de reflexos da protagonista, espelhos, câmeras e janelas, aborda e multiplicidade de Mima, a turbulência de sua própria imagem e olhar para si em um momento marcado pelo transtorno.

O filme é muito eficiente em criar essa atmosfera confusa em que se encontra a psique de Mima. Apoiando-se numa narrativa quebrada e numa montagem não linear, mas só a partir de um determinado ponto da trama. Muitas regras de como conduzir uma narrativa são quebradas e distorcidas. Conforme Mima vive num estado entorpecido, apático às sensações, em que a personagem desperta, mas não sabe dizer se o que estava acontecendo antes do corte era um sonho, ou se fato aconteceu; seja durante as gravações do filme, durante os ensaios. A trama da obra fictícia, da qual Mima atualmente atual, chamada "Double Bind" faz várias alusões aos problemas enfrentados por Mima, de modo que o fluxo de informações responde e confunde simultaneamente. 

O auge desse processo de fragmentação da identidade da personagem e consequentemente da realidade, culmina no assombramento perturbador da sua própria imagem. Uma versão perfeita, trajando suas "roupas de idol" e que com o tempo tenta tomar o lugar da "verdadeira Mima".

O mais curioso é a forma como esse contraste entre a Mima verdadeira e essa imagem que tenta tomar a individualidade dela, é construída. Pegando na referência de Freud, sobre o dualismo, esse: 

"outro ou duplo, parte de um elemento que está estabelecido na mente, mas se alienou dela por um processo de repressão por parte da pessoa, e que reaparece na vida adulta em momentos de conflito"

Mas, vale salientar que a outra não surge de uma repressão da própria Mima ou de um evento traumático específico, esses questionamentos a respeito da própria identidade já estão presentes desde o início do filme, claro de forma menos direta. Não se trata de uma vontade reprimida, parece-me que esta outra versão não aparece como um protesto freudiano de um lado inconsciente da personalidade de Mima, mas uma coerção que já estava presente e que tem um efeito de ameaça real, físico e não psicológico.


O azul perfeito não existe

Buadrillard, quando popularizou o termo hiper-realidade, em sua obra Simulacra and Simulation de 1981, argumenta que numa cena cultural, saturada de cópias e simulações ocorre uma mudança, onde essas imagens deixam de ser um reflexo da realidade, e inserida num contexto de capitalismo tardio "a cópia se torna algo maior do que uma abstração, ela vira algo que não precisa estar ancorado na realidade e pode efetivamente competir com ela" (BAUDRILLARD, 1981), um exemplo disto pode ser o consumo de pornografia, pois, mesmo que a pornografia não seja uma descrição realista e precisa do sexo, bem longe disso na verdade, para o consumidor a realidade do sexo se torna algo não existente. A pornografia num processo de exploração do corpo, trabalha com uma lógica de desempenho, da exposição máxima, da retirada de todo o véu possível, o que na verdade é uma negação de todo o significado do sexual, mas mesmo assim, num contexto de hiper-realidade, o sexo se torna simulação e a pornografia se torna o sexo.

Assim como no processo de sexualização e no idealização, observa-se a objetificação em benefício do consumo e do suprimento dos desejos da audiência, em grande parte masculina. Mima visivelmente não tem preparo, ou experiência e muito menos se sente confortável como atriz. Percebe-se isso na primeira cena em que precisa gravar, na qual ela possuí apenas uma fala, mas precisa repeti-la várias vezes até que seja convincente nisso. Com tudo, seu incômodo não é levado em consideração por aqueles que gerenciam a sua carreira, pois estes não visam seu bem estar, apenas o lucro. Não existe um interesse real e genuíno de explorar a carreira de Mima como atriz visando um crescimento artístico, pessoalmente gratificante, afinal ela vista apenas como um produto. Tudo o que importa é a objetificação de sua imagem. Voltando à primeira cena, aquela de Mima e suas amigas apresentando para um bando de homens portando suas câmeras, fica evidente que nenhum daqueles caras está ali pela música em si, e sim pelos atributos físicos das moças.


Perfect Blue parece desde o princípio muito preocupado com a exposição e com tipo de perspectiva e percepção que foca nos indivíduos tidos como "públicos", de forma que essa exposição vai criando uma figura bizarramente distorcida. Tudo que é pessoal, individual, tudo que é protegido por uma camada íntima e representa a verdadeira Mima é direta ou simbolicamente violado. Tornando a simulação da Mima numa materialização de uma necessidade de desempenho e do fetiche coletivo do "male-gaze" (olhar masculino), tudo que dela é, é tomado. A sensação de absoluta impotência diante desta ameaça é, de verdade, muito desconfortável. 

Em Simulacra and Simulation, Baudrillard concluí dizendo que: 

"Não existe uma forma de corrigir aquilo [...] a oposição moderna entre realidade e não realidade, não tem como ser restaurada. [...] deixa de ser um questão de reconhecer uma representação falsa da realidade, mas sim de esconder que o real, não é mais real. 

Perfect Blue se consagra como um grande clássico da história do cinema, lançado em meados dos anos 90, o filme previu com precisão de como a internet viria a se tornar um ambiente hostil, sobretudo quando se fala de figuras públicas que cada vez mais expõem suas vidas nas redes sociais para seguidores que podem a qualquer momento, voltar-se contra elas. Além disso, Perfect Blue nos faz reconhecer que idealizações fazem parte de um processo ilusório, que desumaniza o indivíduo,  entender isso é essencial para o reconhecimento do Eu e da auto aceitação. 


 

 

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