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O que é terror noturno?

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É um distúrbio do sono caracterizado por episódios em que a pessoa parece aterrorizada – daí o nome. Não é pesadelo nem sonambulismo, e sim um problema à parte, caracterizado pela intensidade dos episódios. O indivíduo se levanta, grita, faz expressões de medo, fica extremamente agitado e parece estar em pânico. Tudo isso enquanto dorme. Esse “surto” dura cerca de cinco minutos e acontece geralmente no começo da noite. No dia seguinte, quando acorda, a pessoa não se lembra de nada. Esse distúrbio é bem mais recorrente em crianças: entre 10 e 15% delas têm ou já tiveram episódios de terror noturno, enquanto nos adultos a ocorrência é menor que 5%. Ao longo dos anos, o terror noturno já foi confundido com epilepsia, crises de convulsão e até possessão demoníaca.


A ORIGEM
Não há uma causa exata para o distúrbio, mas existem situações que podem deixar a criança predisposta a tê-lo, como privação de sono, ter um dia muito agitado, estar com febre alta ou passar por eventos estressantes. Há um fator genético também: pais que tiveram o distúrbio podem justificar a incidência nos filhos
NOITE ADENTRO
Durante o episódio, a pessoa tem movimento cardiovascular intenso e respiração alterada. A agitação é extrema e ela pode falar, chorar, gritar, gemer, transpirar, atacar pessoas ou machucar a si mesma. Parece acordada, mas não está – e também não está completamente dormindo, é um estado intermediário. Quando acorda, não se lembra de nada
MUITA CALMA NESSA HORA
Durante o episódio, deve-se cuidar para que a pessoa não se machuque, protegendo escadas e objetos perigosos. É preciso acompanhar o surto e esperar passar. Passados alguns minutos, a pessoa pode voltar a dormir ou despertar. Oferecer conforto caso ela acorde assustada é essencial. Não é indicado acordá-la durante o episódio, pois o despertar abrupto pode deixá-la confusa e amedrontada
TUDO PASSA
Geralmente o terror noturno desaparece com o tempo. Esse processo pode ser acelerado se os pais tentarem minimizar o estresse da criança e adotarem uma regularidade nos horários de dormir e acordar, se possível proporcionando mais tempo de sono para ela. Na grande maioria das vezes, não é necessário iniciar tratamento, que é feito com medicamentos
Curiosidade: O terror noturno não altera o desenvolvimento intelectual da criança. No máximo, ela pode ficar mais irritada e os pais menos descansados
Curiosidade: Estudos apontam relação do distúrbio com a imaturidade do sistema nervoso central, o que poderia justificar a incidência maior em crianças

CONSULTORIA Sandra Doria Xavier, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e especialista em medicina do sono, e Gustavo Antonio Moreira, pediatra e pesquisador do Instituto do Sono.

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